TEMÁTICA

Se há um lugar para a arte? Podemos pensar não em uma resposta, mas em uma reflexão, inicialmente, a partir do conceito de lugar. Lugar pode ser entendido como o espaço praticado, o que parece ser eco do pensamento de Michel De Certeau, presente no livro "A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer", publicado pela Editora Vozes, em 2008. Diz ele na ocasião:

Os relatos [...] pretendem narrar práticas comuns. Introduzi-las com as experiências particulares, as frequentações, às solidariedades e as lutas que organizam o espaço onde essas narrações vão abrindo um caminho, significará delimitar um campo. Com isso, será preciso igualmente uma "maneira de caminhar", que pertence, aliás, às "maneiras de fazer" de que aqui se trata. Para ler e escrever a cultura ordinária, é mister reaprender operações comuns e fazer da análise uma variante de seu objeto (CERTEAU, 2008, p. 35).

Pode-se dizer que a arte organiza espaços, delimitando campos de saberes e fazeres que determinam o que é nossa cultura. Se há um lugar para a Arte? Este está na cultura. Pode-se ainda pensar que, o admirável do mundo sensível só pode ser percebido pelas experiências estéticas. Os sentidos acionados não para defender o corpo que caminha, mas para alimentar o espírito que voa singrando o oceano azul dos céus de infinitos campos que se atravessam.

A arte atravessa trincheiras, interconecta espaços e pensamentos; reflete a multiplicidade dos sabores da vida; amplia nossa percepção instintiva do mundo. Em síntese, em uma inversão do pensamento, há arte para um lugar? Aí a resposta seria certamente não. A arte é multidimensional e se alicerça na mediação e no compartilhamento do fenômeno estético.

Assim, esta edição do VII COLARTES 2019: Há um lugar para a arte? convida a todos para refletir transversalmente sobre os fenômenos do fazer artístico nos campos da história, da teoria, da crítica e, em especial, da produção e da circulação que delimitam o espaço social.

Convida-se todos para praticarem esse lugar tomado e vivido pela arte.

GRUPOS DE TRABALHO

As comunicações orais dos resumos aprovados no VII COLARTES 2019: Há um lugar para a arte? serão organizadas segundo os seguintes grupos de trabalho:

GT 1 - ARTE, PESQUISA E MULTIPLICIDADE: DEBATENDO A AMPLIAÇÃO DOS CAMPOS E A MEDIAÇÃO EM ARTE

Propõe-se a reflexão de temas transversais que abarcam pesquisas teórico-práticas em história, crítica e teoria da arte, destacando suas relações com a multiplicidade dos campos artísticos, em diferentes recortes temporais, com ênfase na contemporaneidade. Objetiva o pensamento reflexivo e o discurso crítico, dos campos de atuação e mediação das artes, com foco na ampliação do debate sobre a produção de diferentes linguagens artísticas, e suas respectivas transformações teórico-conceituais e reformulações dos pressupostos estéticos da cultura.

GT 2 - TRINCHEIRAS DAS ARTES: INTERCONEXÕES ENTRE ARTE, ESPAÇO E PENSAMENTO SOCIAL

Intenciona reflexões com foco nos fenômenos e na produção artístico-cultural, abarcando investigações sobre a produção da arte em diferentes espacialidades, territorialidades, sistemas, tecnologias, sociabilidades, que tencionam diferentes processos, produções, narrativas, discursos e políticas. Objetiva o exame de proposições poéticas, assim como a circulação de conceitos e práticas artísticas e culturais, buscando interconexões entre temas tangenciais às trincheiras entre arte, espaço e pensamento social. Nesse sentido, esse eixo busca promover uma abertura à discussão das produções artísticas e culturais, envolvendo reflexões teórico-práticas de diferentes campos epistemológicos.

VII Colartes 2019 - UFES . Designer Lindomberto Ferreira Alves
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